Esclarecendo
a Fitoterapia
A Fitoterapia é o
estudo das plantas medicinais e suas aplicações na prevenção e/ou cura das
doenças.
As plantas medicinais
são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como
remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a
planta e saber onde colher e como prepará-la.
Quando a planta
medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado
o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por
microrganismos, agrotóxicos e substâncias estranhas, além de padronizar a
quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança e
eficácia de uso.
Os fitoterápicos
industrializados devem ser registrados na ANVISA/Ministério da Saúde antes de
serem comercializados.
Porque
utilizar fitoterapia como uma forma de terapia complementar?
Cada planta possui
vários constituintes químicos e podem produzir alguns efeitos no nosso
organismo.
Vários compostos
possuem efeitos similares e a associação destes compostos aumentam esses
efeitos. A isso denominamos efeito sinérgico dos medicamentos. Por exemplo, no
efeito analgésico da Croton urucurana, planta popularmente utilizada no
tratamento da dor e inflamação, foram isolados em laboratório catequinas e
galocatequinas do extrato desta planta, as quais exercem efeito analgésico em
camundongos. Porém, isoladamente, foram muito menos potentes do que a sua
totalidade de frações.
O efeito analgésico de
C. urucurana se deve a uma associação de vários fitoconstituintes, incluindo
campesterol, stigmasterol, β-sitosterol, ácido acetil-aleuritólico, catequina,
galocatequina e glicosídeo do β-sitosterol. Os compostos isolados, apesar de se
encontrarem em concentrações baixas, atuam em sinergismo, provavelmente através
do mesmo mecanismo de ação ou por mecanismos diferentes.
Outro fitoterápico, Ginkgo biloba, tem cerca
de 20 substâncias ativas que respondem juntas pelo efeito terapêutico, sem a
totalidade simultânea das quais, o mesmo efeito não se alcança na plenitude.
Outra vantagem é a
associação de mecanismos por compostos agindo em alvos moleculares diferentes,
por exemplo a Serenoa repens no tratamento da hiperplasia benigna de próstata.
Este fitoterápico apresenta compostos que agem inibindo a atividade da
5α-redutase, impedindo a formação da Diidrotestosterona. Este fitoterápico
apresenta também compostos que agem possivelmente inibindo a ciclooxigenase ou
lipoxigenase, reduzindo o processo inflamatório. Além de compostos que agem
como antagonistas de receptores na suprarrenal e bloqueadores de cálcio que
explicariam seu efeito benéfico sobre o trato urinário permitindo uma micção
mais livre.
Considerando que os
compostos ativos se apresentam em concentrações reduzidas nas plantas, são
muito menores os riscos de efeitos secundários não desejáveis (a depender da
planta).